"Brincando na praça com a Esther, filha de uma amiga, observei alguns detalhes.
Ela tem dois anos e é apaixonada por cães. Aqui existem muitos animais abandonados. Minha amiguinha encontrou derramado, nos degraus da fonte, um quilo de ração canina, encheu as mãos e correu para oferecer a um cão velho. Acompanhando os passos dela, pensei: por que perder essa candura infantil e preferir uma conduta árida que finge não ver? Que cultura infeliz que sufoca essa espontaneidade? Por que escolher acreditar-se um ser à parte da natureza se, quando mais conectados aos nossos instintos, a integração com todos os elementos é natural?
Respostas... cada um de nós encontrará as suas. Penso que nossas crenças a respeito da vida e do que aqui viemos fazer expliquem esses comportamentos. Reavaliá-las é sempre oportuno. Foi um instante que mostrou o quanto o bem é simples e alegre.
O quilo de ração foi deixado por alguém que viu a necessidade e a possibilidade de fazer algo bom. Não foi preciso uma instituição, uma religião, uma autorização, nem um milhão de dólares; bastou querer. É comum encontrar essas oferendas aos animais. Por que elas não viram manchete? Será que o bem não desperta atenção, não merece espaço? Será que boas ações, boas notícias não dão audiência?
Nossos olhos, ouvidos, boca e mãos contam aquilo em que nossa mente anda conectada. Ensinou um cara da antiguidade que, se houver luz em nossos olhos, todo o nosso ser será iluminado. Podemos escolher dar espaço ao bem e iluminar nossas vidas."
Por Ana Cristina Vargas em "Espaço ao bem - O quanto o bem é simples e alegre!".
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